terça-feira, 29 de setembro de 2009




quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Nobody puts Baby in the corner"


Uma singela homenagem ao homem com o qual sempre quis dançar. E pegar onda. Ou aprender a ser uma dama. Sentiremos sua falta, excelentíssimo Patrick Swayze.


Amo ele em Dirty dancing (1987), mesmo que não assista há tempos. O bailado dos pais de uma amiga nas bodas deles em Santa Catarina no último feriado me fez recordar isso.

Adoro também o cláááássico Vidas sem rumo (The Outsiders, 1983), onde aparecem também Tom Cruise, Rob Lowe, Ralph Macchio, Matt Dillon, C. Thomas Howell e Emilio Estevez todo mundo novinho e futuro galã.

Tem ainda Youngblood (1986), Ghost (1990), que sempre me faz chorar no final, mas me arranca risadas com a performance da grande medium Oda Mae Brown. Há ainda o máximo Para Wong Foo, obrigado por tudo, Julie Newmar (To Wong Foo thanks for everything, Julie Newmar, 1995), que consegue botar aquele homenzão todo, mais John Leguizamo (bem convincente, se tu quer saber) e Wesley Snipes (sim, o Blade!) em vestidos lindíssimos de super drag queens. Frase clássica que eu amo: "Oh Bobby Ray, Bobby Ray. This old thing?".

Mas o meu favorito, não adianta, é Caçadores de Emoção (Point break, 1991). Filme, aliás, que me fez amar Keanu Reeves. Amo demais e morro de vontade de assistir sempre. Super aventureiros, em busca da onda perfeita. Nossa, me marcou muito.

Enfim, saudade daquele homem todo. RIP. In the waves.



terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Entre le chagrin et le néant, je choisis le chagrin"


Aproveitando aquele sábado em casa, frio, chuvoso, resolvi colocar pra rodar filmes-legais-que-eu-nunca-tinha-assistido, mas clássicos.

Pronto, admiti que nunca tinha visto Acossado (À bout de souffle, 1959), de Jean-Luc Godard. É o mesmo diretor de Je vous salue, Marie, que me resultou em um grande Ã?? MAS HEIN?? Tenho que assistir novamente, aliás...

Ele é um exemplo de nouvelle vague, lindo movimento cinematográfico francês. A história foi criada por ninguém menos que François Truffaut num desses momentos de brainstorm desenfreado entre amigos, na redação do Cahiers du Cinéma.

Foi refilmado em 1983 nos EUA, chamado de A força do amor, com o Richard Gere. Não vi. Não sei. Não faço idéia. Só sei que tem uma piscina.

Acossado fala da fuga de Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo), um fanfarrão sacana, que roubou um carro e depois matou um policial rodoviário que o perseguia. Logo, o rosto dele está estampado pelos jornais parisienses. Ele tem só que pegar um dinheiro com um tal Antonio e picar a mula para a Itália, pra onde quer levar a pequena Patricia (Jean Seberg), uma americana doidinha metida a jornalista, que ele curte.

A melhor cena do filme, todo entrecortado por uma edição seca e marcante, é uma conversa que eles têm no quarto dela. É uma guerra de egos, descobrindo se existe amor ou não entre eles. Ela diz que em uma semana, mais ou menos, terá certeza se está apaixonada por ele. Ela descobre antes do prazo, aliás. Ele fala algo emblemático sobre a relação deles: "quando nós conversamos, eu falei sobre mim, você falou sobre você, enquanto nós deveríamos ter falado um sobre o outro".

Outra fala, desta vez de Patricia, também diz muito sobre a essência do filme: "eu não sei se sou infeliz porque não sou livre, ou se não sou livre porque sou infeliz". Tá, talvez não verse assiiiiim tudo iiiisso sobre o significado do filme, mas que me marcou, marcou, ué.

O filme não é sobre uma perseguição policial, tão somente. É correr atrás do que se é, do que se quer ser, do que gostaria de possuir. O desejo. Aquela esfregadinha do dedão da mão nos lábios, copiada por Patricia diante do recomeço, é tudo. Não é só pensar, planejar como agir. É mais procurar se reconhecer em algo. Como Michel de frente a fotos de Humphrey Bogart expostas em um cinema. Ele se depara com a visão que tem de si.

Patricia pede porque ele quer dormir com ela. Ele diz que é porque ela é bonita. Ela fala que não é bonita. Ele responde: "tá legal, então quero dormir contigo porque tu é feia". Vários diálogos são colocados desta forma, o que caracteriza novamente aquela dúvida sobre o que se quer de verdade, a procura, enfim. Michel é amoral, pretensioso e sempre com uma resposta rapidinha na ponta da língua. Patricia é seu par perfeito, que não vê problemas em se oferecer em troca de uma ampliação na vida profissional. Ou em mentir pra polícia. Ou em fugir dela. Ou em fazer uso dela, em seguida.

Cada qual buscando seu lugar no espaço. À sua maneira.


Liberté, mon ami!